sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Sétimo Capítulo

Me desculpem pela confusão, enviei os capitulo 5 e 6 na ordem errada. Releiam, pode ser que fique mais fácil de entender....
 Agora o capítulo.

morando junto e tudo. – S
Choquei! Ela não contou pra ninguém! – M
Pra Letícia não tentar roubar... – S
Naquele instante, parei um pouco de pensar, acho que parei até de respirar.
Levei minha mão à boca, segurando minha incredulidade diante dos fatos.
O plano era apresentar o Joe como namorado e “ desmanchar” logo depois
do casamento, agora estava no status de noiva? Como sairia dessa merda?
Terminar um namoro é uma coisa, mas um noivado é passar atestado real de
incompetência matrimonial! Depois do meu histórico de inúmeros
namorados após romper com Wilmer, isso seria a cereja do sundae! Que merda!
— Que merda sua filha da puta! — nem sei se falei alto, mas falei.
— Foi mal amiga! Só fiquei pensando em fazer você se sair bem, eu já
estava com umas caipirinhas na ideia... Me perdoa. — Sel estava mais
preocupada com ser desculpada do que em como eu resolveria a situação!
— Preciso ligar pro Joe!
Tentei. Telefone fora de área ou desligado, mais uma vez. Pra que ele me dá
um número se não consigo falar com ele? Mandei uma mensagem
explicando a situação.
Só lá para as duas da tarde que recebi uma mensagem em resposta. Nossa,
como esse cara dorme!
“ O que você quer?”. Curto e grosso, ou melhor, curto e muito grosseiro!
“ Precisamos  rever valores. Preciso de um noivo”.
Respondi profissionalmente.
“ Como é? Você quer alugar um noivo?”. Ele entendeu. Respondi que sim e a
mensagem dele veio em seguida.
“ Acréscimo de período?”
“ Sim, sem agendamento prévio, full time. Isso é possível ou vamos desfazer
o negócio?”. Precisava saber logo de uma vez. Sel estava dependurada no
meu ombro! Mais nervosa que eu! Claro, fez merda!
— Selena, quero deixar claro que se ele topar, você vai pagar metade do valor.
— Muito justo! — ela que é tão mão de vaca nem pestanejou.
Dessa vez a resposta dele demorou um pouco mais. Acho que uns dez minutos.
Por fim chegou.
“ Tá falando sério? São dois meses daqui até o casamento do seu irmão”. Se
ele estava preocupado com o valor, eu muito mais! Já estava até me vendo
acenando um largo adeus ao meu décimo terceiro.
“ Sim. Preciso alugar um noivo, que finja viver comigo.”. Pronto, mandei
de uma vez e seja lá o que Deus quiser.
A resposta demorou muito mais dessa vez, acho que meia hora.
Fui tomar um cafezinho e quando voltei estava lá o símbolo do envelope na
tela. “ Você já fez as contas? Por alto?”. Na verdade não, e antes de responder
puxei a calculadora do canto esquerdo na tela do computador. Ele disse
trezentos por dia, vezes sessenta dias... Minha Nossa Senhora. Afundei na cadeira.
Dona Selena estava na sala do chefe, sendo pisoteada mais uma vez por
nenhuma razão plausível. Não dava pra mostrar a ela a merda que ela me arrumou!
“ Você aceita parcelar? Faz desconto por pagamento à vista? Ou crediário?”.
Ele respondeu quase que instantaneamente “ Você me mata de rir, Demetria!
Eu tenho cara de Casas Bahia?”
Foi com essa resposta que me vi dando adeus a minha dignidade diante da
família e amigos, porque eu não tinha dezoito mil Reais pra pagar a um
garoto de programa!
Carol desabou na cadeira ao meu lado.
— Eu te odeio Sel!
— Ai meu Deus, ele recusou?
— Olha aqui quanto sai trezentos reais por dia, por um mês!
— Caralho! Nove mil por mês? Puta que pariu ele ganha muito mais que a gente!
— Mas são dois meses sua idiota!
— Dezoito... — ela deu uma engasgada — Dezoito mil reais??
— À vista!
Sel parecia pensar seriamente no assunto.
— Pode aceitar! — resolveu de repente, mas sem tirar os olhos da tela do
seu computador.
— Tá maluca??
— Tô baixando minha aplicação da poupança... — estiquei os olhos e vi o
site do banco! Ela é muito mais louca que imaginei! — Me dá aqui o celular
que eu mesma conserto essa merda.
Pegou meu celular e digitou uma mensagem. Ouvi o aparelho apitar e
quando tentei pegá-lo ela não deixou! Mandou outra mensagem sorrindo e
então se levantou pra ir ao banheiro, mas levou meu aparelho!
E devia estar com dor de barriga! Só voltou quarenta minutos depois. Com
uma cara orgulhosa que me fez preocupar de imediato! Levantei com tanta
vontade que senti vários pares de olhos em cima de mim.
Depois desabei na cadeira quando comecei a ler as mensagens.
— Selena, era pra consertar, não pra esmerdar tudo de uma vez, sua puta!
— Não precisa agradecer. Acho que está mesmo precisando, está tão...
irritadinha com tudo. E que papo é esse de que você tem um vibrador e nem
me contou?
E com isso ela se concentrou nos documentos que estava analisando. Voltei
a reler as mensagens, ela não tem mesmo noção de nada nessa vida!
Casas Bahia? Kkk, você me mata de rir. Ok, pago sua mensalidade, uma
parte em adiantamento, uma na virada do mês e o restante no dia seguinte
ao casamento. - D
Fechado. –J
Só mais uma coisa, se eu quiser sexo, tem acréscimo de valor? Afinal já
está bem caro! – D
Você tá falando sério? – J
Sim. Tenho pensado muito em você. – D
Pensando? No que exatamente? – J
Em você dentro de mim, pra ser bem exata. – D
Uau, Dona Débora, que evolução! Me pergunto no que mais andou
pensando... – J
Tenho certeza de que anda se perguntando. Agora me responda, dezoito
mil e sexo de vez em quando? Ou ... de vez em sempre... – D
Dezoito mil e o sexo que você quiser quantas vezes quiser. – J
Acho que muito. – D
O que houve com aquele vibrador na sua gaveta? Quebrou? Você está
muito diferente da garota de ontem. – J
Você andou mexendo nas minhas coisas? Que xereta! – D
Queria vesti-la, mas quando vi o vibrador, achei melhor não, para não constrange-la. – T
Juro que não me lembro de nada daquela noite! – D
Peguei suas chaves na bolsa, entramos, te coloquei no chuveiro, depois na
cama, nos beijamos e fui embora. – J
Gosto de beijar você, gosto da sua língua na minha boca, acho que vou
gostar do seu pau dentro dela também, quero fuder com você. – D
Seu desejo é uma ordem. Farei o possível para fodê-la tão gostoso que
queira me pagar mais dezoito mil pra isso. – J
Kkkkk, assim espero! Esse noivado tá saindo quase o preço de um casamento! – D
Não chora. Façamos assim: sua satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. – J
Agora sim tá com cara de Casas Bahia :) Preciso ir. Te ligo amanhã pra
acertarmos, ok? – D
Ok. Tchau, minha noiva – J
Tchau, noivo – D.
Ainda que quisesse matar a Sel, a quem estava tentando enganar?!
Estava louca de vontade de transar com ele! E por dezoito mil Reais eu
merecia tudo a que tinha direito! Ah caralho! A quem estava tentando enganar?! Não
sei se teria coragem! Sempre saberia que foi por dinheiro, que fui comida por que
paguei por isso. Eu sei lá... isso era... estranho.
No dia seguinte foi o Joe quem ligou.
— Oi, Demetria.
— Oi, Joe... Sobre ontem...
— Fique tranquila, não vou cobrar tudo de uma vez.
— Então... você topa mesmo?!
— Sim, mas não posso me mudar de verdade pro seu apartamento.
— Eu compreendo isso, nem pensei que o faria, mas é que as meninas
estão marcando um chá de calcinha e...
— Chá de calcinha?
— Um chá de lingerie pra Miley, e vai ser no meu apartamento.
— Quando vai ser isso?
— No sábado agora.
— Sábado agora?? — ele pareceu surpreso.
— Você não pode né? Já havia feito sua agenda...
— Espera. Pare de falar um pouquinho, me deixe pensar. — puxa — Amm...
Façamos o seguinte, vou deixar umas roupas e umas coisas minhas no seu
apartamento e se der apareço antes delas irem embora, caso contrário te
mando um sms avisando. Pode ser assim?
— Assim tá perfeito.
— Ok. Tenho compromisso a partir de amanhã, então, passo lá mais tarde, tudo bem?
— Tudo bem.
Ah meu Deus, depois daquelas mensagens que a inconsequente da Sel
mandou, teria que encarar o Joe, assim.... tão depressa! Hoje?!
Assim que cheguei em casa fui direto para o chuveiro, precisava pensar e
não havia lugar no mundo melhor pra criar diálogos imaginários quanto o chuveiro.
Já ganhei inúmeras discussões e até mesmo uma briga! Sem sair do chuveiro.
E foi pensando e pensando que o Joe chegou e eu ainda lá, debaixo d’água.
Corri pra atender a porta de toalha mesmo, que hipocrisia me vestir às
pressas se o cara já tinha me visto nua em pelo.
— Oi, eu... estava no banho.
— Percebi. Boa noite, querida, como foi seu dia? — ele estava me zuando? Sério isso?
— Foi trabalhoso. Entra.
Joe passou pela sala sem cerimônias com uma mala pequena, uma sacola
grande e uma mochila.
Deixou a mala no meu quarto e entrou no banheiro já abrindo a mochila,
mas voltou no mesmo pé, deixando a porta aberta.
— Estava tomando banho ou fazendo sauna?
— Pensando na vida.
— Gastando a água do Planeta. — Olha só! Um garoto de programa ecológico!
Ele voltou para o banheiro e fui atrás pra saber o que estava fazendo.
— O que tem aí?
— Coisas de homem.
Joe empurrou sem a menor sutileza meus hidratantes, máscaras faciais
e sabonetinhos para um canto da pia e do outro lado deixou uma loção pós
barba da Ralph Lauren, um vidro de perfume Paco Rabanne, ahh não era Armani,
mas Paco Rabanne... também um cortador de unhas grande e metálico, pente,
escova de dentes e um barbeador elétrico no armário debaixo da pia. Se esticou todo
pra não entrar no box e deixou na prateleira de vidro um shampoo para homens
da Dolce & Gabbana. Nossa. Ele só usa coisa cara.
Passou quase roçando o corpo no meu e saiu do banheiro.
Tirou da mala que trouxe, um par de chinelos e um par de tênis Nike meio
encardidos e deixou num canto atrás da porta.
— Não tire ele daqui.
— Tá.
Caraca, a mala dele era toda arrumadinha, com roupas enroladinhas e
apesar de pequena cabia muita coisa! Joe me disse que não se mudaria de

verdade mas estava parecendo que estava se mudando em definitivo! Era
tanta roupa que ele tirou de lá!
Calça, blusa, blusão, meia, cueca, tinha de tudo! Desembrulhou um terno e
colocou tudo sobre a cama.
— Onde é minha gaveta?
— Eu não tinha pensado ainda.
— Bom, eu sou mais alto que você, acho justo ficar com a gaveta de cima.
— Eu não ligo pra essas coisas. — claro que eu estava ligando! O cara é
muito cheio de marra!
Puxei minha gaveta de baixo que tinha poucas blusas e troquei pela gaveta
de cima, que tinha calcinhas e remanejei as outras coisas, de modo que as
duas gavetas de cima ficaram livres e as três de baixo ocupadas por mim.
Ele ia arrumando as coisas rapidamente, enquanto eu dava espaço no
guarda roupas.
Achei inusitado que ele não estivesse constrangido, mas parecia se divertir
imensamente com tudo aquilo.
Por último, foi até a área de serviço e despejou as roupas sujas dele no
cesto misturando com as minhas.
— Pronto, Demi, agora moramos juntos.
— Você pensou em tudo.
— Quase tudo, você precisa comprar coisas de homem, para a geladeira.
— O que seriam coisas de homem pra geladeira?
— Salaminhos, queijos, molhos apimentados, essas coisas. E não se
esqueça do meu pão integral, eu só como pão integral.
— Tá falando sério?
— Estou, mas abro uma exceção para a pizza, topa?
— Pizza, tá legal e já que está dando uma de homem da casa, pede você.
Minha metade é de calabresa. Enquanto isso vou colocar uma roupa.
A entrega não demorou a chegar, esse era o bom de pedir pizza na terça-feira.
Calabresa e Portuguesa. Ele pediu bem. Também não ficou de frescura
com o vinho, pelo contrário, até elogiou. Esse cara deve pegar só essas mulheres
cheias da grana, porque o bichinho sabia o que era coisa boa!
Derrubamos (garganta abaixo) a garrafa de vinho italiano, disse ele que era
um dos seus preferidos, e concordamos muito sobre o tipo do vinho: seco,
nunca o suave!
Até que tínhamos muitas coisas em comum! Ele era fã de Sheldon Cooper,
eu também, ele gostava de muitas músicas que eu também gostava, não é
porque disse a ele que curtia samba que só curtia samba! Ele disse que sabia
cozinhar e fiquei curiosa em saber como ele vivia. Será que morava num lugar pé de
chinelo?
Não que o meu apartamento no Largo do Machado fosse alguma coisa
extraordinária, mas era um dos antigos e era bem amplo. Quando dei por
mim estava analisando o cabelo dele e não resisti em perguntar, porque havia
pintado.
— Você é curiosa... Bem, na verdade estava pintado antes, de castanho
escuro, essa é a cor natural dos meus cabelos.
— Dourado. Seu cabelo é lindo.
— Obrigado, o seu também é, gosto do jeito como fica quando seca ao
natural.
Ele estava me sacaneando com certeza, meu cabelo, castanho escuro em
camadas, só ficava legal com uma boa escova!
— E você... faz o que durante o dia?
— Durante o dia? Como assim? O que imagina que eu faça?

Continua...

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